Textos

Aqui; apenas uma pequena mostra do livro que será lançado em março:

depois de ouvir a tradição
roubou o fogo e a poética
e trabalhou na cama das Icamiabas
com a farsa do prostibulo luxuoso
Virou comida de peixe

()

Ela sempre anda atenta
as fazes da lua
e da empresa
doida para galfinhar a carne
e trair seus pais

(0)

escorre por este itnerá(rio)
um sabor literá(rio)
de afluentes e duplos
que somam-se em jejum

(0)

abriu-se o terceiro olho do tucunaré

avistando as carcaças de um  urubu

que morreu ao fazer jejum

selando o elo antropofágico

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comemos a língua de gavião
para aprendermos a voar
carne de branco não tem poder
tem destruição

(())

Aprendi a jejuar
para não sujar o espirito
depois vomitei o vazio
não há palavra pro nada

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na folha do buriti
não há percalço
a existência balanceia
na firmeza do equilíbrio

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os espíritos estão presentes
e deixaram as culturas se inventarem
para encarnarem seus verbos
no amanhecer do mundo subaquático

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Jiboia mora em meu ver
meu ver não mora
mas um tanto chora
um soro pro ser

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O objeto se mexe
Remexe
são mentiras de assedio
que deixam o desejo

(())

merece tempo
estas mentiras de tua indústria
seus amigos de aldeia e a sexta básica
da união europeia
Este par de chifres estão
afiados para flecha
a curva do arco
e a morte

()

As manhas ambiciosas
fazem a lua sair da rota
e as simulações quebram o muiraquitã
na nascença do ódio

()

Os guerreiros saíram pra lutar
e sacrificaram suas vidas
as mulheres ficaram
e fizeram neném

()

Nossa aldeia sempre conta com este tipo
sempre pensando em se dar bem
em cima do bem

()

Por muito tempo fui tripa
De lealdade com as vísceras
enquanto os urubus pousam
sobre o boi
aguardando a carniça

()

enquanto houver força
vamos até o inferno atrás de Pizarro
entregar o escarro
de seu rapé
sem espirito

()

Somos interessantes até quando
fomos os resguardos da terra
depois podemos ser mortos
e virarmos lenda

()

Em face dos últimos episódios
a vingança herda-se
e ira por gerações voltar
em teu cabelo